A Secretaria Municipal de Cultura apoia através do edital Fomento à Cultura Carioca (FOCA) o novo evento de samba da Cidade: a Roda de Samba das Mulheres da Zona Oeste (RSM-ZO). O projeto acontecerá no Centro Cultural Dyla Sylvia de Sá, na Praça Seca. A ideia é dar espaço a novos talentos que trarão ao público sambas clássicos, especialmente os escritos por mãos femininas, mas também autorais. A estreia será dia 21 de agosto, às 15h.
Os novos talentos das vozes e mentes que fazem samba no Rio serão selecionadas prioritariamente na Zona Oeste. A cada edição, a RSM-ZO receberá uma ou duas convidadas especiais para fortalecer e dar visibilidade ao evento. A ideia é amenizar a migração histórica da mulherada em busca de espaços pela Cidade do Rio de Janeiro, onde possam mostrar seus dons e também, beber de fontes em que hajam mulheres com este mesmo objetivo.
Ao longo dos eventos teremos um giro de artistas, não só para dar visibilidade, mas incentivar a nova geração de mulheres sambistas, ressalta, Mari Antunes.
Dinâmica do evento
Com a proposta de uma grande inclusão sociocultural, o evento foi pensado para receber o público em geral. O desejo é brindar a Zona Oeste com um evento que abrace a família, afinal, a cultura sempre será um elemento agregador! Assim, o samba vai ‘comer solto’ com a bateria de Mulheres Fina Batucada.
A abertura dos portões está prevista para às 15h com a Exposição sobre as Mulheres Sambistas da Zona Oeste e da artista Plástica Leoa, onde haverá o acolhimento para as mães, em especial as solos, que sempre tem abdicado do lazer e de socializar pela impossibilidade de apoio dos seus companheiros. Teremos também diversão e recreação para as crianças. Logo após, a oficina de música iniciará. O evento terá dois momentos da Roda de Samba, cada uma com duração de 1h a 1h30. O primeiro tem início às 17h e o segundo, para os novos talentos, às 19h. Ambos serão intercalados por Dj, que também encerrará a festa, conduzindo a pista até às 21h.
Cenário Cultural da Zona Oeste do Rio
A Zona Oeste é uma região contrastante e dicotômica. Ao passo que é a maior região da Cidade e concentra o maior contingente populacional, também é aquela que, dispõe do menor número de equipamentos culturais. No cenário cultural, diversos coletivos locais relacionados a cineclubes, música e saraus estão movimentando a região, promovendo a ocupação de praças e espaços públicos. Porém, A Roda de Samba das Mulheres da Zona Oeste é a primeira ação frontalmente oposta à desigualdade de gênero, de um modo geral na sociedade, e em especial no mundo do Samba, que ainda hoje se faz muito marcante.
Para além da roda de samba, esse movimento foi criado para que as mulheres periféricas tenham oportunidades de negócios, cultura e lazer, afirma Laís Viana.
Desde Dona Ivone Lara, a luta pela inclusão das Mulheres neste meio nunca parou, mas foi recentemente que a organização ganhou expressividade através do Movimento das Mulheres Sambistas. A RSM-ZO é um projeto que reúne a experiência e a militância de Mari Antunes, uma das intérpretes com maior reconhecimento na Zona Oeste, a Fina Batucada com mais de 20 anos de trabalho, incluindo as mulheres no universo do Samba.
Reunir em um só projeto a valorização e o empoderamento das mulheres em um equipamento público da Zona Oeste pela primeira vez, com acessibilidade e diversidade de gêneros, incluindo mães solo e suas crianças em um espaço acolhedor é a proposta da Roda de Samba das Mulheres. Ainda convida a todos os homens interessados em somar ao exercício de enfrentamento das desigualdades de gênero neste país e em particular na Cidade Maravilhosa.
Serviço
Data: 21/08
Hora: 15h às 21h
Local: Centro Cultural Dyla Sylvia de Sá (R. Barão, 1.180 – Praça Seca)