Na véspera do Dia Nacional da Mata Atlântica, Pedro Miranda lança o seu novo single, Atlântica Senhora, composta em parceria com Cristóvão Bastos (Biscoito Fino). A canção foi inspirada na natureza exuberante do Parque da Cidade, cenário dos seus ensaios abertos. Na letra estão o pau mulato, que o cantor e o público viram mudar de casca duas vezes durante um ano de encontros semanais, e a samaúma, que Pedro conheceu nas suas andanças pelo Parque. É ela que está na foto da capa, com sua saia de raízes.
A sonoridade da faixa Atlântica Senhora é marcada pela assinatura de Cristovão Bastos no arranjo e piano, e seus parceiros Jorge Helder (baixo) e Jurim Moreira (bateria), que se juntaram a Luís Filipe de Lima (violão e produção musical) e Pedro (voz e percussões). A canção conta ainda com a participação especial do quarteto de cordas norueguês Oslo Strings, uma amizade que nasceu no Parque da Cidade. O grupo é formado por músicos de formação erudita que gostam de improvisar e dialogam com outros gêneros musicais, incluindo a música popular brasileira.
Destaque também para a cantiga Filha da Caboclo, faixa que abre o single, de autoria de Cátia do Acarajé, cantora e compositora revelação dos encontros promovidos por Pedro no Parque. “D. Cátia bota a barraca de acarajé nos ensaios aos domingos e volta e meia dá uma canja. É impressionante a sua força cantando, o povo fica doido, ela rouba a cena!”, conta, entusiasmado, o músico. E completa: “O disco novo traz as amizades que nasceram ali nos ensaios. Muito bom trazer para o disco os amigos que compartilham desse espaço mágico regenerativo que o Parque se tornou para mim e para todos que frequentam a nossa gira dominical.”
O single integra o quinto álbum de carreira do músico Pedro Miranda e segundo com músicas autorais, que será lançado no final do ano pela gravadora Biscoito Fino, consolidando o artista como compositor. Com cinco músicas inéditas de sua autoria, em parceria com Zé Renato e Domenico Lancellotti e Marcos Sacramento, além de Cristovão e o poeta Chacal, o álbum traz uma mensagem de esperança, de voltar a vida, de estreitar a relação com a natureza. O novo projeto apresenta o repertório trabalhado pelo cantor nos últimos 2 anos.
Os ensaios abertos marcaram a reabertura da cena cultural da cidade pós-pandemia, além de terem inaugurado um novo momento na trajetória artística do músico, que pela primeira vez em 25 anos de carreira se apresentava sozinho, acompanhado apenas do seu violão.
Filha de Caboclo (Cátia do Acarajé)
Ô dá licença ê, seu boiadeiro
Ô dá licença que eu quero passar
Eu sou da mata, eu sou filha de caboclo
Sou boiadeira, filha de Tupinambá
Olha eu, meu Pai Oxossi
Sou sua filha e vim pedir pra me valer
Tava sentada numa aldeia de caboclo
Valei, meu Pai, valei
Atlântica Senhora
(Cristóvão Bastos e Pedro Miranda)
Vem das bandas de lá
Chamando pra correr
Chamando pra cantar
Vem da mata e eu vou lá
Atlântica floresta
Minha senhora é pra já
Ô jatobá
Me aterra e vem
Os meus anseios clarear
A Samauma mãe falou
Se tem mais um
pode chegar
A tristeza se vem
Cantando em mando embora
A festa é pra curar
Vem meu bem me buscar
Na beira da cascata
Que é bom de namorar
Jequitibá
Cachimbo de saci
Que é bom
Só você dá
O pau-mulato
Abençoou
Plantou o axé
Desse lugar
Vem das bandas de lá…
Ficha Técnica
Filha de Caboclo
Voz: Cátia do Acarajé
Efeitos de percussão: Thiago da Serrinha
Atlântica Senhora
Arranjo e piano: Cristóvão Bastos
Quarteto de cordas: Oslo Strings (violino: Ragnhild Lien, violino: Lise Sørensen Voldsdal, violoncelo: Kaja Fjellberg Pettersen, viola: Gabriel Vailant)
Violão: Luís Filipe de Lima
Baixo: Jorge Helder
Bateria: Jurim Moreira
Tantam, tamborim, ganzá e agogô: Pedro Miranda
Gravação base e voz Pedro: Ronaldo Lima (Estúdios Mega)
Gravação voz Cátia, cordas e edições: Tuta Macedo (Emestudio)
Produção musical: Luís Filipe de Lima
Mixagem: Moreno Veloso
Masterização: Ricardo Garcia
Produção executiva: Maria Duarte