O carnaval de rua, foi introduzido no Brasil pelos portugueses conhecida como “Entrudo” onde uma série de brincadeiras, de toda espécie, era permitida. Após a independência do Brasil, em meados do século XIX, a sociedade carioca, resolveu criar o seu carnaval nos moldes franceses: bailes de máscaras frequentados pela burguesia carioca.
Porém este “carnaval glamuroso” da burguesia não reinaria sozinho. Para o restante da população, a festa de rua teria que continuar e o entrudo, com sua alegria espontânea crescia como uma oportunidade que grupos de negros das Congadas tinham para, se apresentar e mostrar a beleza da sua dança e cultura, que deu origem ao samba brasileiro. Assim a população carente formada por negros libertos e pequenos comerciantes portugueses,(conhecidos como Zé Pereiras), passeavam pelas ruas com suas danças, esbanjando aquela alegria espontânea e livre de padrões, capaz de causar inveja em qualquer burguês mascarado, obrigando o prefeito Pedro Ernesto em 1930 a oficializar a festa carioca, autorizando os jornais a promoverem concursos e publicarem textos e obras dos primeiros folcloristas, que acabariam por separar as brincadeiras populares em categorias estanques, cada qual com uma história e um formato próprios, conhecidos como blocos, ranchos, cordões, Zé Pereiras, Corso e sociedades.
O tempo passou, o carnaval cresceu, os blocos se multiplicaram e, desde 2004, o carnaval carioca é conhecido como a maior festa de carnaval do mundo, tendo inclusive seu record gravado no Guinness Book.
Os blocos tomaram conta das ruas e, a criatividade não tem limites para criar fantasias, marchinhas, danças e músicas.
O mais tradicional de todos os blocos é, sem dúvida, o Cordão da Bola Preta, ou apenas Bola Preta que faz parte da história do Rio de Janeiro: fundado em 1917, era conhecido como “Só se Bebe Água” , liderado pelo “Xerife do Bola”, e enfrentou a proibição policial; o bloco realizou uma confraternização, no dia 31 de dezembro de 1918, no Bar Nacional, para tentar, entre outras coisas, criar um novo nome para o bloco e, de repente, surge a melhor inspiração: uma mulher, com um vestido branco de bolinhas pretas passeando pelas ruas: Não deu outra, imediatamente o bloco foi batizado como “Cordão da Bola Preta”.
Rosa Possas, foi a primeira Rainha Moma do Cordão do Bola Preta, que mantém até hoje a tradição de ter Rainhas, Madrinhas e porta-estandartes inspiradoras que levam o estandarte do Bloco pelas rua do Centro do Rio por onde desfila.
Inspirados na alegria do carnaval de Rua, muitos outros blocos foram surgindo: O Monobloco, conhecido como um dos maiores blocos cariocas, Simpatia é quase amor, Empolga as 9, Bangalafumenga, Banda de Ipanema e vários outros blocos tomam conta das ruas e praças da cidade maravilhosa, demonstrando que a criatividade de fantasias e de nomes, não tem limites! Tem bloco até para cachorros e cachorras literalmente: No Rio, os fiéis companheiros de todas as horas, os cachorros claro, também podem ir as ruas exibir suas fantasias! Mas isso é assunto para outra matéria!
O importante neste momento, é lembrar que no carnaval de Rua do Rio de Janeiro, a diversão é para todos: não existe pipoca, abadá, ou camarote: A rua é de todos e todos vão para rua: pintados, fantasiados, mascarados, de todas as idades, cores, e classes sociais: de crianças a idosos, todos são convidados a sair para curtir a festa!