Monarco, de todos os tempos, é o novo disco do grande sambista Monarco que, ao completar 85 anos no último agosto, é considerado hoje como um dos mais legítimos representantes do samba que se mantém vivo, ao lado do quase centenário Nelson Sargento.
O repertório do novo trabalho não trás qualquer samba, nem sambas da moda, tam pouco samba confeitado ou ainda samba pra inglês ver. É um disco que trás samba daqueles que, nas palavras de Noel Rosa: exprimem dois terços do Rio de Janeiro, segundo a produtora Biscoito Fino.
Assim, o disco, como o próprio Monarco, resiste às agonias eventualmente impostas pelo tempo e pelas novidades, fazendo jus a canção do ilustre Nelson Sargento “O samba agoniza, mas não morre”.
Memória viva da História do Samba, Monarco fez seu primeiro samba aos 12 anos, tornando-se um dos mais inspiradores criadores de samba da Quadra da Portela, sendo um dos mais respeitados membros da Velha Guarda da Escola que é até hoje a maior campeã do carnaval carioca.
Em tempos modernos, onde todo dia surge uma novidade, gravar num novo disco, recheado de músicas inéditas, é atestado da coragem de Monarco de manter as raízes e tradições do Samba:
“Monarco de Todos os Tempos” revela o lado mais íntimo do cancioneiro, se distanciando um pouco do compositor da da Portela, e, apesar de trazer canções que falam de tristezas, segundo Monarco, foram “feitas num mar de alegria”.
Assim este trabalho autêntico, inédito e autoral, mostra-se como um tesouro de sambas únicos, reafirmando Monarco também como cantor, com sua voz forte, áspera, expressiva, inconfundível, lindamente negra, que faz dele o melhor intérprete de si mesmo.
Para quem gosta de samba de verdade e do bom: “Monarco de todos os Tempos.”
