Chacal do Sax: O fôlego de um vencedor

A vida no morro, todo mundo sabe, não é fácil. A ladeira para vencer na vida, ali é literalmente mais íngreme.

Mas, quando se tem um sonho e força e vontade, basta uma oportunidade.

Nascido no Complexo do Lins, comunidade do subúrbio do Rio de Janeiro, sempre cercado de muita violência,  a perspectiva de futuro do menino Jonathan era incerta. Quando criança, nem imaginava que um dia poderia se tornar um músico, muito menos que seria saxofonista reconhecido!

As coisas começaram a mudar quando conseguiu entrar no Colégio interno Casa do Pequeno Jornaleiro e se apaixonou pelo sax.

A mãe que vivia de salário mínimo, não mediu esforços para ajudar o filho e, com muito sacrifício, presenteou Jonathan com um Saxofone.

Só que a ladeira continuava íngreme. Já adotando o nome artístico de Chacal do Sax, seu talento era pouco reconhecido e, por vezes teve que se contentar em tocar nas portas de lojas para conseguir “um troco.” Nas rodas de samba, pedia para tocar mas era literalmente enrolado pelos organizadores que não achavam que o público ia gostar da apresentação.

Porém a sua força de vontade era maior. E um dia, a oportunidade bateu a sua porta ou foi um beija-flor que  voou na sua janela? Enfim, fato é que o consagrado Neguinho da Beija-flor viu o seu talento e o convidou para uma turnê pela Europa que mudaria para sempre a sua vida.

O reconhecimento veio e Chacal do Sax é um dos mais queridos e respeitados artistas do cenário carioca e, de maneira inovadora, com seu inseparável Sax, ele encanta os amantes do samba nas rodas cariocas interpretando grandes sucessos da música brasileira, em especial do samba sempre muito bem acompanhado do público.

Acreditar em si mesmo , estudar  e não desistir dos seus sonhos mesmo diante das dificuldades foi primordial para Chacal.

E para incentivar outros talentos do Complexo do Lins a quebrar a barreia das dificuldades e também conseguir alçar voos mais altos, Chacal montou na comunidade uma escolinha de Futebol onde para permanecer é preciso estar na escola.

Para subir a ladeira, ensina Chacal, é preciso acreditar em si, não desistir e seguir em frente  com a certeza de que  “Nunca foi sorte, sempre foi Deus!”