Um apito na boca, uma bola de borracha e uma fantasia colorida diferente.
Alguns carregam uma sombrinha que trás a mesma estampa da roupa.
Descrevendo assim, muita gente vai perguntar: o que é isso?
Mas para os cariocas, essa é uma figurinha bem conhecida do carnaval. O Bate-bola.
Recordação divertida da infância de alguns, eles também representam o grande “bicho papão” de outros.
Um misto de adoração e terror, que faz parte daquelas boas lembranças que nos leva a sentir saudade do bom e velho carnaval de rua e dos tempos de criança.
Mas como surgiu o Bate-Bola?
Personagem tão inusitado do carnaval do Rio de Janeiro, alguns os chamam de “Clóvis”.
Dizem que o nome surgiu a partir da pronúncia equivocada dos populares, vejam só:
No início do século XX eruditos chamavam os foliões fantasiados de “Clown”, palava inglesa que significa “palhaço”.
Assim, os brasileiros da época, não muito familiarizados com o inglês, passaram a chamar os “Clown” de “Clóvis”.
Outra história do surgimento dos Bate-bolas, afirma que eles surgiram no Rio de Janeiro sobre a influência da colonização portuguesa e de outras festas como a folia de reis.
Há ainda quem diga que escravos libertos que por vezes eram perseguidos injustamente pela polícia, vestiam as fantasias para poder brincar livremente o carnaval e, “usar o Bate-bola” para protestar contra a opressão.
Assim, não seguindo regras e batendo com força no chão as bolas feitas a partir de bexiga de bois (eca!), mostravam que tinham força e poder para juntos incomodar e transformar.
Hoje quem preserva a tradição diz que faz por paixão mesmo!
Assim como acontece no futebol, a paixão pelo Bate-Bola passa de pai para filho, principalmente nos subúrbios cariocas e se mantém com algumas renovações, principalmente com relação às bolas que hoje são de material sintético, bem diferente das de bexiga de boi.
Embora mantenham as máscaras e fantasias características, alguns resolveram invoar um pouco mais:
Para não deixar crianças com medo e nem incomodar como barulho das bolas, lançadas com força ao chão, passaram a utilizar no lugar das barulhentas bolas, sombrinhas coloridas.
Outros grupos preferiram manter a tradição, como a “Turma do Descontrole” que a onze anos diverte o carnaval de Irajá, e se orgulham do “barulho” causado por suas performances: Além das bolas, eles confeccionam bandeiras e argumentam que, o barulho das bolas, é uma tradição que inclusive dá nome ao personagem: para eles, se é “Bate-bola”, então tem que ter a bola, “ora bolas”!
Hoje, os bate-bolas não se limitam a apenas fazer barulho: Organizaram-se em grupos e turmas que passam quase o ano inteiro preparando fantasias e seguindo um cronograma do seu desfile de carnaval, que tem até queima de fogos na saída, equipe de som, festas e churrascos animados ao som de samba e funks especialmente compostos em homenagem a turma!
A tradição de bate-bolas já saiu inclusive do subúrbio carioca e vem ganhando o Brasil: Em Brasília, o grupo “Bate-bola Cruzeiro” atrai a atenção nos ensaios das escolas de Samba da capital e nos desfiles de blocos de rua.
O “Bicho-papão” do carnaval de antigamente, virou atração e conquista a muitos, até mesmo crianças: se antes elas se escondiam de medo, hoje querem fazer parte da turma!
O bate bola com máscara de caveira na foto é de uma turma de marechal chama Cobra. Ficou inusitado pois não usaram boá para o acabamento ao invés disso um tipo de rolo de carpete. A casaca tinha o capitão nascimento
Gostei da parte que a bexiga é feita de borracha… Elas são de plástico e a partir do meados dos anos 90 começaram a ser reforçadas por redes de fios de nylon. As bexigas de boi eram secas ao ar livre com sal para desidratar e enfurecer melhor. A casaca sempre tem um desenho novo, até 96 ela tinha abertura pela frente, até que a turma da Agunia lança a casaca fechada para aproveitar o espaço para mais desenhos em 97′ ( todas as turmas reconhecem tal mudança feita por essa turma) A criançada já sai de bate bola desde sempre.
A turma mais antiga no Rio de janeiro é a da Agunia (1979) fundada por zuzu e Luizinho. Saída na estrada do Sapê, em frente o número 665, Rocha Miranda, Rio de Janeiro) aos domingos, segunda e terças para não perder a tradição, mas existem turmas que aproveitam melhor o carnaval e saem no sábado.
Os bate bolas estão começando uma grande mudança social, donde muitas turmas deixam de fazer besteiras como brigas e roubos podendo o integrante ser punido até com boletim de ocorrência e expulso. Isso ajuda o carnaval a ser mais bonito. Ultimamente tem se criado muitas turmas nos morros compostas por vários meliantes que mancham a integridade das turmas tradicionais como a Agunia (1979), Habita de Osvaldo Cruz (1981), Emoção (1991) e Maldade (1991), por sinal estas duas últimas saem da mesma rua ( rua Barão de Jacui, Oswaldo Cruz) e nunca ouvi falar de brigas entre elas, a festa é linda porque saem em horários cronometrados praticamente juntas aumentando a quantidade de fogos e da folia. Por sinal muros são pintados nos locais de saida das turmas para identificar o local. Alguns integrantes se permitem a pintar o muro das próprias casas também com o tema do ano ou símbolos da turma. Cada turma tem um. A Agunia, tem a águia, A Havita tem um índio, a Sinistro o leão, a Emoção de Oswaldo Cruz a logo marca da marca Ellus estilizada com ramos de louros e assim vai.
Coisas que não podem faltar, animação, fogos música na saída. O ano inteiro é pura diversão nas reuniões, churrascos e feijoadas!
Camisas, bermudas, bonés casacos e calças são confeccionadas para serem vendidas para os fãs de cada turma.
Salve o Carnaval! Salve os Bate bolas
Boa tarde! De quem é essa foto?
Olá Thainá, essa foto é da jornalista Lília Araújo do Portal Sambando. Onde pretende utilizar?