O primeiro CD ninguém esquece. E no caso do primeiro CD do Pretinho da Serrinha, ele já nasce inesquecível.
São muitos os motivos, mas podemos destacar de cara o fato de ser um disco revelador de uma origem, que não está só na pessoa do seu intérprete, mas no que ele traz junto com ele. Seus tesouros, suas heranças, seu passado e suas perspectivas artísticas para o presente e futuro.
Sem aquele clichê desnecessário, às vezes meio que forçando uma barra, de estar “levando adiante a bandeira do samba”. Nāo. Isso nāo é título que se outorga. Isso é coisa que se conquista na prática, e além do mais, Pretinho se coloca além dos rótulos. Ele é essencialmente um músico, no que isso pode significar de mais abrangente. E a prática do Pretinho da Serrinha em seus poucos anos de profissional já disse ao que veio jogando em várias linhas do campo. Instrumentista, compositor, comentarista de TV, produtor e agora cantor em disco.
Este álbum revela algumas das intenções musicais do Pretinho, sem amarras e com muita ambição artística, como podemos comprovar em faixas como “Paratodos”, “Galope” e “Som de Madureira”.
Os diminutivos carinhosos disfarçam a grandeza que o nome artístico Pretinho da Serrinha carrega. Na realidade se traduz como a história do negro carioca criado na Serrinha, reduto do Império Serrano, uma das mais importantes páginas da história cultural do Rio de Janeiro. Com tanta gente importante vinda de lá é natural que venha agora Pretinho da Serrinha, e nesse processo, Mestre Darcy do Jongo é uma lembrança inevitável.
Pretinho da Serrinha acerta no alvo quando convida o Prateado para arranjar as canções, outro negro que desceu os morros cariocas para se estabelecer no mercado de forma brilhante.
Ouvir este trabalho é ter um encontro com o que nossa juventude musical carioca está trabalhando. Pretinho é um deles, e aí arrisco um rótulo, ao dizer que Pretinho se apresenta como uma discreta liderança, aglutinando, reverenciando os mais velhos, e mandando um determinante “vamos em frente gente”, com o melhor jeitinho carinhoso de ser do Pretinho da Serrinha.
Por: Cláudio Jorge
SERVIÇO:
Local: Teatro Imperator – Centro Cultural João Nogueira
Endereço: Rua Dias da Cruz 170, Méier.
Contato: (21) 2597-3897 / contato@imperator.art.br
Data: 06 de julho (sábado)
Horário: 21h
Abertura da casa: 20h
Classificação Etária: 16 anos
Pista, plateia inferior e balcão: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Lotação da casa: 724