Mulher bonita com samba no pé e microfone na mão ditando moda com sua beleza também.
Elas estão no controle, com rodas de samba comandadas só por mulheres como, “Samba é dellas”, “O Samba é das mulheres” e ocupam cargos que antes só eram ocupados por homens, chegando a ser presidentes de Escolas de Samba desde o final dos anos 50, quando Carmelita Brasil, assumiu a Unidos da Ponte (1957).
De lá pra cá, vieram Andressa ou Andreza Moreira da Silva (União do Jacaré, depois Unidos do Jacarezinho, em 1965); Esclepildes Pereira (Pildes Pereira, Vila Isabel, em 1987); Therezinha Monte (Unidos do Cabuçu, 1984); Lícia Maria Caniné, a Ruça (Vila Isabel, 1987); Neide Domicinina Coimbra (Império Serrano, 2002); Eli Gonçalves, a Chininha (Mangueira, 2008); Elisabeth Nunes (Salgueiro, 1986); Regina Celi (Salgueiro, 2010), Marillene Lopes (em cima da hora 2012); Tatiana dos Santos Irineu (GRES Arrastão de Cascadura).
Musas inspiradoras, percussionistas, cantoras, passistas, presidentes, como elas contribuíram (e contribuem!) para nossa música, nossa cultura, nossa história. Além das divas Dona Ivone Lara, Clara Nunes, Beth Carvalho, Alcione, Elza Soares, muitas outras se destacam como grandes sambistas na nossa história. Além disso, as mulheres ditam moda, formam opinião e, mesmo fazendo várias coisas ao mesmo tempo, assumindo várias responsabilidades, conseguem continuar vaidosas, cheias de graça, cuidando bem da sua beleza natural e ditando a moda que faz parte da nossa identidade cultural.
Assim, nas rodas de samba, as mulheres lançam tendências: do batom bem escuro,vestidos longos, penteados afros e o famoso salto-alto, até a onda de rasteirinhas e um jeito mais despojado de curtir o samba, acaba virando moda.
Há homens que confessam que não sabem como as mulheres são capazes de se equilibrar em cima de um “Salto Agulha” ou de uma plataforma, “anabela”, e sambar, mas assumem que as mulheres sob estes “saltos” assumem uma postura mais imponente e mostram-se seguras para andar e sambar, com equilíbrio e ficar charmosa e elegante, fazendo do salto-alto um detalhe importante do seu look!
E por falar em segurança e beleza, um dos símbolos da malandragem no rio de janeiro, o chapéu panamá, nos tempos antigos só utilizado pelos homens, passou a compor o figurino das mulheres, dando um charme a mais ao look feminino.
Assim as “cabrochas” de antigamente ou as mulatas, ruivas, morenas loiras, enfim, as mulheres, seja com suas saias rodadas, vestidinhos colados, shortinhos, topinhos, sem abrir mão do salto-alto, ou até mesmo de rasteirinha, elas, com seu samba no pé, estão sempre lindas, soberanas e certamente dão um xeque-mate e um toque a mais nas rodas de Samba!
Sem elas convenhamos, o samba perderia muito do seu charme!