propomos à Prefeitura, a um Órgão extinto, que não existe mais na prefeitura do Rio, chamado “Rio Arte” que lidava com a cultura e era subordinada pela Secretária Nacional de Cultura, fazer uma oficina permanente e eles prontamente aceitaram. Eles eram muito reverentes com nosso trabalho e eram simpáticos com a nossa propostas então, a gente pegou um espaço publico que é o Sérgio Porto no Rio e abriu umas turmas. A princípio, eram 2 turmas , uma a tarde e outra a noite. E o mote era: Venha aprender percussão com Pedro Luis e A.Parede, Oficinas do Monobloco. Já pegamos esse nome que a gente tinha usado como crédito no disco nosso e foi super legal! A procura foi super generosa a gente acabou tendo que abrir mais duas turmas, e quando vimos aquele manancial de gente, tivemos logo a idéia de fazer um bloco com isso, e pensamos: vamos fazer o Monobloco . Aí, começamos a configurar o que seria o Monobloco, que seria um instrumental de samba mais a serviço de toda música brasileira. Tem muito haver também com o Celso Alvim , maestro do Monobloco que é meu parceiro da A.Parede, já dava aula na Proart que é uma escola particular lá no Rio de percussão brasileira. A gente já tinha feito um bloco semelhante ao Monobloco com os alunos deles e enfim, o que aconteceu, a oficina foi um sucesso, quando o bloco estreou no Carnaval de 2001 foi um sucesso na rua, muito mais que a gente imaginava e as festas que a gente fazia de pré carnaval foram todas lotadas, então a gente começou á cuidar daquilo com cuidado, falamos: “ isso aqui ta bacana , vamos trabalhar isso aqui com carinho e fazer chegar longe”. Acho que isso foi uma qualidade que a gente teve em ser “Caxias” de arrumar a casa. Então a gente acabou criando o Monobloco show, que é esse que ta rodando hoje, que o pessoal tem visto mundo a fora, que é uma reunião de 19 músicos profissionais que são colaboradores da gente, muitos desde o inicio lá das oficinas, e que pegam este conceito e fazem ele com mais sofisticação pra gente poder gravar os discos, fazer os shows.
4 – Sambando.com: E essa oficina que você acabou de citar, que é o Monobloco show, vocês acabaram levando isso pra outros países. Foram pra Irlanda, pra Inglaterra e a gente sabe que oficina é uma troca de experiência muito boa, muito grande: vocês levam a música brasileira pra lá e lá vocês incorporam um pouco dá musica inglesa, irlandesa. Assim como o pessoal de fora leva muita coisa aqui do Brasil, vocês trouxeram alguma coisa de lá, com relação á musicalidade?
Pedro Luis: Sempre tem. Na verdade, o Monobloco rodou o Reino Unido ali, a gente já teve experiência em Portugal, Nova Zelândia, Austrália. Sempre tem porque a musica é uma linguagem que ta no mundo, é uma linguagem mundial, as pessoas se apropriam dela e adaptam a seus costumes ou a musica vem do próprio costume das pessoas e há sempre um aprendizado, um ensinamento e a gente está sempre levando e trazendo coisas. A musica é agregadora, a batucada é muito agregadora, a gente tem visto o mundo afora experiências de batucada muito bem sucedidas na prática, batucadas muito organizadas, já tem na Inglaterra também. Em Portugal a gente plantou uma semente com A.Parede desde 2002 que hoje resulta num grupo muito bom que se chama : Percutir,…