O Apelido de “Monarco”, veio de um gibi do “Super-homem” e surgiu de uma brincadeira entre amigos em Nova Iguaçu, quando o menino que se chamava Hildemar, viu graça no nome de um personagem da história em quadrinhos .
Aos dez anos, Monarco mudou-se para Oswaldo Cruz, bairro de origem da Portela onde acompanhava de perto o trabalho dos compositores da escola e passou a mostrar o seu dom integrando blocos e compondo sambas ainda pequeno. Aos 17 anos foi convidado a integrar a ala dos compositores da Portela, sua grande paixão tornando-se o líder da velha guarda mais popular do Brasil.
Conseguiu consagrar sambas “de terreiro” ou “sambas de quadra”, como são conhecidos aqueles executados nos ensaios e logo tornados emblemas do patrimônio cultural coletivo dessas associações. O mais famoso deles é “Passado de Glória”, que já foi “esquenta” (samba executado na área de concentração, pouco antes do desfile) da agremiação em diversos anos e regravado por muitos intérpretes.
Com seu dom incontestável para compor, Monarco é reconhecido no meio do samba como um sambista que pertence à linhagem nobre do samba de raiz, sendo seus sambas considerados como de musicalidade mais apurada quando se trata de samba. Assim, “Monarco” passou a ser sinônimo da qualidade de “Monarca”, ou seja, o rei do samba de raiz.
O respeito por este ilustre Senhor do Samba, é algo incontestável. Por isso, em 1999 a cantora Marisa Monte convidou Monarco e a Velha Guarda da Portela para o CD “Tudo Azul”, de sua produção, que contou com participação de Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho.
Foi um grande divisor de águas em termos de visibilidade da Velha Guarda da Portela na indústria cultural, e que deu testemunho do patrimônio histórico musical dos chamados “bambas” (notáveis sambistas) e da ala mais tradicional da assim chamada Azul-e-Branco de Oswaldo Cruz, a Portela. Em 2010 Monarco gravou o seu Primeiro DVD com o nome que não poderia definir melhor o artista: Monarco – A Memória do Samba e se tornou presidente de honra da Portela em 2013, recebendo homenagens de todos os sambistas do Brasil pelos seus 80 anos dedicados ao samba.
Para comemorar o aniversário de 80 anos, Monarco recebeu uma festa apoteótica e emocionante na Portela, com homenagem em forma de tributo tendo a presença de Paulinho da Viola e outros convidados ilustres.
Diante de familiares que incluíram sua esposa, filhos e netos além de fãs e membros da escola, Monarco se emocionou e afirmou que guardaria para sempre na memória e no coração todas as alegrias daquele instante.
Mas não seria o único: Todo o público que lotou a quadra para comemorar os 80 anos do sambista sentiram-se honrados de participar do momento histórico que ficará marcado para sempre na memória dos portelenses e na história da própria Portela.