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terça-feira, novembro 19, 2024

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Jovelina Pérola

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Os grandes nomes do samba, falam dela com saudade! Zeca Pagodinho quando alguém diz; ” E a Jovelina, Zeca”, ele responde sorrindo: “Era uma figura!”. Uma figura ao que parece, alegre, alto astral e talentosa.

Jovelina Farias Belfort este era o seu nome. Nasceu em Botafogo, foi morar em Belforoxo, era empregada doméstica e integrante da Ala das Baianas do Imperio Serrano.

Frequentadora das Rodas de partido alto do Botequim da Escola da Serrinha, no início dos anos 80, participou do Pagode da Tamarineira, no Cacique de Ramos, ao lado de Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Beto Sem Braço, Fundo de Quintal, Arlindo Cruz entre outros grandes sambistas, que faziam parte do então chamado “pagode carioca”, juntamente com a madrinha Beth Carvalho. Sua voz era rouca, forte, amarfanhada, de tom popular e força batente, uma típica herdeira do estilo Clementina de Jesus e tiete declarada de Bezerra da Silva. Participando de rodas de samba, Jovelina começou a cantar no Vegas Sport Clube, em Coelho Neto, levada por Dejalmi que deu a ela o nome de Jovelina Pérola Negra.

Em 1985 foi convidada a participar da coletânea “Raça Brasileira”, ao lado de grandes sambistas como Zeca Pagodinho e Mauro Diniz e seguiu lançando a cada dois ou três anos um disco novo ou em participação, chegando a ganhar um disco de platina e lançando seu último trabalho no ano de 1996. O estilo muito pessoal conquistou muitos fãs no meio artístico, levando até mesmo Maria Bethânia a uma apresentação no Terreirão do Samba, na Praça Onze de Junho, de onde a diva da música popular brasileira só saiu depois de ouvir “dona Jove versar”. Alcione já homenageou a “Pérola Negra” em um de seus melhores discos, “Profissão Cantora”.

Em 1998, um infarte fulminante, calou a voz da Pérola Negra do Samba aos 54 anos de idade, para tristeza de artistas e amantes do samba. Em sua homenagem, pela coleção “Bambas do Samba”, a gravadora Som Livre relançou seis dos seus discos de carreira e ainda a coletânea “Pérolas – Jovelina Pérola Negra.” Atualmente é difícil encontrar os discos originais de Jovelina. Algumas coletâneas com grandes sucesso como “Feirinha da Pavuna”, “Bagaço da Laranja” (gravada com Zeca Pagodinho), “Luz do Repente”, “No Mesmo Manto” e “Garota Zona Sul”, entre outros ainda podem ser comprados em sebos do Rio de Janeiro.

Jovelina é considerada como uma das grandes damas do samba e foi uma das peças mais importantes na condução do samba do subúrbio para a linha de frente da música popular brasileira,  ao lado de outros ilustres sambistas como Almir Guineto e do Grupo Fundo de Quintal.

Ela cantou, encantou, mas quis o destino que Jovelina fosse exibir sua voz rouca para além deste mundo, sem que ela realizasse o sonho de  “ganhar muito dinheiro e dar aos filhos tudo o que não teve”. Porém, apesar de sua curta passagem pela vida, Jovelina Pérola Negra conseguiu deixar seu nome escrito no livro das maiores vozes do samba brasileiro.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Curiosidade: Quantas músicas Jovelina escreveu?

    • Redação Sambando

      Olá Patrícia.
      Catalogadas contam-se 85.

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