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terça-feira, novembro 19, 2024

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Estação Primeira de Mangueira

Um dos seus carnavais mais marcantes foi o de 2016 quando a Mangueira após 14 anos de espera

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Mantendo as tradições e crenças de seus ancestrais, seus batuques e seus can­tos,  numa fusão de tradições de várias nações africanas, com influên­cias indí­ge­nas e tam­bém dos bran­cos a Mangueira começou a dar seus primeiros passo mas, ainda não era uma escola de samba.

O can­domblé e a umbanda tin­ham muitos adep­tos na comu­nidade e alguns case­bres serviam de tem­p­los. Neles eram real­izadas as cer­imô­nias reli­giosas e out­ras comem­o­rações. Os ter­reiros de Tia Fé, Chiquinho Crioulo, de Minan e Maria Rainha, entre out­ros, serviam ao sagrado e ao pro­fano, ao som dos atabaques.

Nos Car­navais, como não podiam par­tic­i­par dos ele­gantes des­files dos bran­cos, tin­ham seus blo­cos para se diver­tirem.

Mas não era nada de bagunça: eram blocos famil­iares, tudo com muito respeito.  Porém, justamente por causa do respeito, os mel­hores sam­bis­tas – e Mangueira já era um con­hecido reduto do samba – não eram bem vin­dos, por que eram um tanto quanto abusados: bebiam, falavam palavrão, se metiam em brigas e por conta disso estavam bar­ra­dos nos blo­cos car­navale­scos das famílias do morro.

Para resolver o prob­lema, cri­aram um bloco só de homens, o Bloco dos Arengueiros, que significa fazer aren­garia, algazarra, farra, bagunça.

O bloco dos Arengueiros, segundo relatos, saiu pela primeira vez em 1923. Para não “perder a fama” de bagunceiros, vestiram-se de mulher e arrumavam briga com todos os out­ros blo­cos que encon­travam.

Estação Primeira de Mangueira - Carnaval 2016 - Sambando.com
Estação Primeira de Mangueira – Carnaval 2016 – Sambando.com

Mas depois de cinco anos, em 1928,  resolveram deixar de lado a algazarra e unir todos os blocos da comunidade para desfilar na praça onze. Reuniram-se Angenor de Oliveira (Car­tola), Sat­urnino Gonçalves (Seu Sat­urnino), Abelardo da Bolinha, Car­los Mor­eira de Cas­tro (Car­los Cachaça), José Gomes da Costa (Zé Esp­inguela), Euclides Roberto dos San­tos (Seu Euclides), Marcelino José Claudino (Seu Maçu) e Pedro Paquetá e fun­daram o Grêmio Recre­ativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira.

Por sug­estão de Car­tola, ado­taram as cores verde e rosa, do Ran­cho do Arrepi­ado, de Laranjeiras, lembrança dos car­navais de sua infân­cia. Rece­beu o nome de Estação Primeira porque a Comunidade da Mangueira era a primeira parada do trem, que saia da Estação de Dom Pedro para o sub­úr­bio e lá claro, havia sempre samba.

Esses oito jovens que fun­daram o G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira, jamais pen­saram que, quase cem anos depois, a Escola que fun­daram não seria ape­nas uma Escola de Samba: seria um reduto de cultura que abrigaria inclusive o Museu do Samba, que tem como guardião o próprio Cartola.

Pelas ações sociais promovidas na Quadra a Estação Primeira de Mangueira é conhecida também como UMA ESCOLA DE VIDA. Um dos seus carnavais mais marcantes foi o de 2016 quando a Mangueira após 14 anos de espera,  conquistou o seu 18º Campeonato, tendo com enredo Maria Betânia, a Menina dos olhos de Oyá, levando para a avenida uma bela homenagem a todos os santos orixás que abençoam o samba!

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