O Movimento das Mulheres Sambistas
O coletivo de mulheres, sem fins lucrativos, nasceu a partir da necessidade de organização, mobilização e formação deste grupo social e cultural. A ideia de criar o MMS surgiu a partir da inclusão do Dia da Mulher Sambista no calendário oficial da cidade do Rio de Janeiro e da primeira comemoração da data na Cinelândia, que foi um sucesso com participação de mais de 100 artistas e um público de aproximadamente 5.000 pessoas. Foi então que um grupo de mulheres resolveu se unir para pensar o lugar da mulher no samba, e assim surgiu o coletivo com o objetivo de fortalecer e visibilizar as sambistas.
Desde sua fundação, em 2019, o MMS vem promovendo esse encontro entre mulheres, uma rede cada vez mais sólida, seja em eventos ou nas atividades de formação. Até hoje, tivemos mais de 30 oficinas gratuitas. Diante dessa importante e necessária movimentação, o coletivo foi laureado em 2019 pela comissão de Direitos Humanos da ALERJ com a Homenagem Carolina Maria de Jesus e em 2021 com uma Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Niterói.
Durante a pandemia, veio apoiando diversas sambistas, oferecendo, através de campanhas virtuais e parcerias com algumas instituições, cestas básicas, ajudas emergenciais de 150 e 300 reais a mais de 120 famílias. Fortaleceu também atividades paralelas das mulheres que criaram outras formas de complementação de renda. Realizamos diversos eventos durante esse período: SESC, Live Casa Fluminense, Viradão das Mulheres Sambistas 1 e 2, Roda da Original e mais.
O Dia da Mulher Sambista
Após a criação do Dia da Mulher Sambista, um grupo de mulheres do samba decidiu realizar uma grande comemoração na Cinelândia, que reuniu mais de 100 mulheres numa apresentação que durou mais de 12 horas para um público de cerca de 5 mil pessoas. Com o intuito de fortalecer a cadeia produtiva do samba, a maioria dos postos de trabalho foi ocupada por mulheres, produtoras, artistas, fotógrafas, garçonetes e expositoras.
Em 2020 e 2021, foi necessário mudar o formato, trocando as ruas pelas redes sociais por causa da pandemia. O Viradão das Mulheres Sambistas reuniu as mulheres do samba durante diversos dias, em cada ano. Foram realizadas lives, promovendo a conexão entre artistas, o entretenimento para o público e a solidariedade com as mulheres que estavam em situação mais vulnerável. Todo o valor arrecadado foi revertido em ajudas emergenciais.
Um pouco sobre Dona Ivone Lara
O 4° Dia da Mulher Sambista comemora o centenário da mulher que deu origem a essa data: Dona Ivone Lara. Nascida no Rio de Janeiro, em 13 de abril de 1922, a artista morreu no dia 16 de abril de 2018.
A cantora e compositora ficou conhecida como Rainha do Samba e Grande Dama do Samba, por ter sido a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores de uma escola, a Império Serrano, e assinar um samba-enredo – “Os cinco bailes da história do Rio”, em parceria com Silas de Oliveira e Bacalhau, samba com que o Império Serrano desfilou no Carnaval de 1965.
São da lavra de Dona Ivone Lara sucessos como “Sonho meu”, “Acreditar”, “Alguém me avisou”, “Sorriso negro”, “Mas quem disse que eu te esqueço” e “Minha verdade”, gravados por artistas de várias gerações – de Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho, de Maria Bethânia a Mart’nália, de Nana Caymmi e Roberto Ribeiro a Fabiana Cozza e Xande de Pilares.
Inspiração para todas as sambistas, Dona Ivone Lara foi a homenageada no 4º Dia da Mulher Sambista. O evento, que marca o centenário de nascimento da cantora e compositora, foi promovido e organizado pelo Movimento das Mulheres Sambistas, coletivo que surgiu em 2019. Serão oito horas de programação intensa com apresentações dos grupos Samba Que Elas Querem, Moça Prosa, Muxima Muato, Pra Elas, Sambe Como Uma Mulher, e de várias sambistas como Marina Iris, Ana Costa, Nilze Carvalho e Marcelle Motta.
Além dos shows com participação de quase 100 mulheres, o evento contou com feira de moda, gastronomia e artesanato. E o 4º Dia da Mulher Sambista não ficou só no evento presencial. O Movimento das Mulheres Sambistas produziu um álbum com 10 canções de Dona Ivone Lara, gravadas por mulheres sambistas que não estarão na programação.
Motivos não faltam para que Dona Ivone Lara represente todas as mulheres sambistas!