“Quem não tem dinheiro, conta história”. Esse é o bordão de Paulinho Gogó um típico malandro carioca, com jeito de pagodeiro galanteador que conquistou o Brasil com muito bom humor. Mas quem está por trás deste personagem e como ele surgiu?
Mauricio Manfrini, este é o nome do humorista que dá vida a Paulinho Gogó.
Maurício perdeu a mãe com 11 anos, o pai era pedreiro e teve que trabalhar numa fábrica de pipa, para “dar uma força”.
Depois de passar por diversas profissões, de vendedor ambulante de relógio a auxiliar de contabilidade e ter que desistir do sonho de ser jogador de futebol após romper o menisco, resolveu que queria ser ator, ou cantor, ou humorista e colocou na cabeça que iria batalhar até conseguir realizar este sonho.
Arrumou “um bico” de assistente de produção em peça infantil. Mas pela falta de técnica na época, acabou sendo tirado do papel porque volta e meia, esquecia o texto e improvisava. Já nascia ali um grande artista. Fez um curso de teatro, se especializou, tirou a carteira de artista provisório e correu atrás para arrumar um emprego para tirar o seu registro definitivo.
Procurou então uma rádio do Rio de Janeiro onde foi treinado para ser rádio ator: fazia voz de bandido, criança, velho, bicha, nordestino, bêbado,pastor, enfim, incorporava os personagens que lhe pedissem. “após o meu horário ficava fazendo vinhetas para os outros programas de rádio, levava o violão e ficava enchendo o saco dos operadores para me gravarem”, conta Mauricio Manfrini.
Sempre de bom humor apostou no seu dom para contar piadas. Sentado em um Botequim do Rio de Janeiro após o trabalho na rádio, passou a construir o personagem que o consagraria como um dos maiores humoristas da atualidade: o Paulinho Gogó.
Paulinho Gogó conta histórias, piadas e faz brincadeira de tudo com muito bom humor. Metido a cantor, artista, ele é apaixonado pela “Nega Juju” pai de “Paulinho Tumtum” e diverte o Carlos Alberto no Programa “A Praça é Nossa” e uma multidão de pessoas nas apresentações de stand up por todo Brasil.
Mauricio Manfrini deu ao personagem os trejeitos, piadas, humor e claro, aquela “beca” bacana, típicos de um bom malandro carioca, sem esquecer dos bordões que a velha malandragem sabe soltar como ninguém. Assim como um bom samba que nasce na mesa de um botequim e vira um sucesso nacional, Paulinho Gogó tornou-se conhecido em todo Brasil e conquistou o público, talvez por trazer também a alegria, o bom humor, o jeito galanteador e piadista dos bons e velhos malandros, típicos das rodas de samba do Rio de Janeiro.