Almir Guineto um dos mais versáteis e fiéis artistas do samba brasileiro!
Almir Guineto nasceu em 12 de julho de 1946, no morro do Salgueiro, subúrbio carioca.
Seu nome na verdade era Almir de Souza Serra, mas se popularizou como Almir Guineto. Considerado um dos mais versáteis e fiéis artistas de samba brasileiro, foi um dos fundadores do Fundo de Quintal.
Criado em meio a músicos de primeira linha como Geraldo Babão, Antenor Gargalhada e muitos outros, Almir Guineto cresceu influenciado pela veia sambista de seu pai, Iraci de Souza Serra, respeitado violonista e integrante do grupo Fina Flor do Samba, e de sua mãe, Nair de Souza Serra – a “Dona Fia”, costureira do Morro do Salgueiro e figura ancestral do samba.
Desde muito jovem, Almir Guineto já mostrava seu diferencial musical. Dono de uma voz inconfundível, única, rascante, o cantor, músico e compositor ingressou aos 16 anos no grupo Originais do Samba, fundado por seu irmão mais velho, Francisco de Souza Serra – o “Chiquinho”, onde tocou por dez anos.
Sua primeira composição foi Bebedeira do Zé, gravada justamente pelos Originais. O “Rei do Pagode”, apelido que conquistaria na década de 1980, conduziu a bateria do Salgueiro por 15 anos e ao sair deixou o posto para seu irmão mais novo, o lendário “Mestre Louro”.
Destacado violonista – comparado a Baden Powel por Beth Carvalho – e cavaquinista, Guineto frustrava-se por ser pouco ouvido, nas rodas de pagode do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, no final dos anos 70, em meio à alta sonoridade dos couros de tantãs e pandeiros da época.
Foi aí que, acompanhado do músico e humorista Mussum, adaptou o banjo – instrumento utilizado na música country americana – ao samba.
Cabe lembrar inclusive, uma frase de Zeca Pagodinho: “Banjo no samba só existem dois: Almir Guineto e Arlindo Cruz”. Também é neste período que Almir Guineto começa a se destacar, durante os pagodes, como versador imbatível, partideiro incontestável.
Apoiado por Beth Carvalho, Almir Guineto oficializou em 1980 a fundação do Grupo Fundo de Quintal, ao lado dos parceiros Neoci, Jorge Aragão, Sombrinha, Bira, Ubirany e Sereno.
Após a gravação do disco “Samba é no Fundo de Quintal”, Almir deixaria o conjunto para cantar, a partir de 1981, em carreira solo.
Ao longo da década de 80, Almir Guineto destacou-se cada vez mais no cenário musical brasileiro como intérprete e compositor, sendo gravado, além de todos os grandes sambistas do país, por artistas como Elba Ramalho, Nelson Gonçalves, Elymar Santos e muitos outros.
De lá para cá, Almir Guineto coleciona 13 discos próprios e outras tantas participações em CDs e DVDs de nomes como Chico Buarque, Beth Carvalho e Martinho da Vila.
Almir Guineto foi um sambista completo. Como compositor, destacava-se por sua letra forte, de irreverência e divulgação do jongo, mas também de um romantismo sutil e envolvente, com letras que vão de uma contestação sarcástica à mais profunda poesia musicada. Como músico, Almir Guineto mostrava sua polivalência ao manusear com maestria uma infinidade de instrumentos de percussão e corda, revelando um poder criativo único em suas mãos.
Após escrever seu nome na história da cultura brasileira, Almir Guineto morreu em 05 de maio de 2017 aos 70 anos de idade.